Abril 2009


ilha da Taipa ao fundo

Brochura editada em 1972

ponte inaugurada em 1974

início da década de 1990

esplanada frente ao hotel e ao liceu na década de 1960
anos 80: segunda fase

início de 1980

ca. 1986

O Hotel Lisboa, construído em 1970 é, provavelmente, a segunda imagem de marca da cidade de Macau, logo a seguir às Ruínas de S. Paulo….

As ‘cadeirinhas’ do Governador… em 1905

Nasceu em Lisboa em 1845 e era sobrinho do grande historiador Alexandre Herculano. Foi aluno do Real Colégio Militar e cursou a Escola do Exército.
Em 1881 foi nomeado comandante da companhia da correcção de S. Julião da Barra. Depois da sua promoção a major, em 1886, foi nomeado chefe de estado-maior da inspecção de infantaria, e durante esta comissão foi promovido a tenente-coronel e a coronel. Em 1892, o ministro da guerra Pinheiro Furtado, o escolheu para chefe do seu gabinete. Foi comandante dos regimentos de infantaria n.os 2 e 18. Entrando na politica, sendo presidente de ministros o Sr. conselheiro José Dias de Ferreira, o círculo de Mafra o elegeu deputado, e nas sessões da respectiva câmara tomou parte na discussão de assuntos militares.
Foi no posto de coronel que em 1895 teve a nomeação de comandante das forças expedicionárias que nesse ano partiram para Moçambique.
A expedição regressou vitoriosa a Lisboa a bordo do vapor Zaire, onde chegou a 19 de Janeiro de 1896, desembarcando no dia 20 no Arsenal da Marinha. A 12 de Maio de 1897, prestigiado pelo sucesso em Moçambique, foi nomeado 70º governador de Macau e ministro plenipotenciário de Portugal na China, Japão e Reino do Sião, cargos que exerceu até 23 de Março de 1900, data em que foi nomeado vice-rei da Índia Portuguesa, sendo o 111º titular do cargo. Permaneceu no governo-geral da Índia até 22 de Julho de 1905, data em que, já promovido a general de brigada, foi exonerado a seu pedido.
Faleceu em Lisboa, a 8 de Fevereiro de 1908.

Oficial de cavalaria, partiu para a Índia em 1870, passando depois à China em 1872, na qualidade de ajudante de campo do Visconde de S. Januário, Governador de Macau e ministro plenipotenciário na China, Japão e Sião. Regressou a Portugal em 1875 para, anos volvidos, regressar ao Oriente como Governador de Damão.
Em 17.2.1873 o Governador de Macau, Visconde de S. Januário, envia um ofício ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, de Portugal, a comunicar que tenciona partir, em missão diplomática, para o Reino do Sião no dia 27 de Fevereiro a bordo da corveta “Duque de Palmela”. O pedido de Visconde de S. Januário de ajudas de custo foi aprovado e registado na acta da na sessão da Junta de Fazenda de 17 de Novembro de 1874, assim como o mesmo seria aplicado a Pedro Mesnier e Alberto Morais de Carvalho. Monsenhor Manuel Teixeira escreve sobre a missão:
“O Governador de Macau Januário Correia de Almeida (1872-1874), Visconde e depois Conde de S.Januário, visitou Bangkok em 1874 na sua qualidade de Ministro Plenipotenciário às Cortes da China, Japão e Sião. Já em Novembro do ano anterior fizera uma visita ao Japão. A sua ida a Bangkok foi providencial, pois conseguiu acalmar a tempestada que rebentara na corte entre o primeiro e segundo rei, suscitada após a implantação da constituição política desse mesmo ano.
O rei Mongkut falece
u em 1 de Outubro de 1868, sucedendo-lhe Phra Chulalongkorn Klan Chayuha ou rei Chulalongkorn I (Rama V, 1868-1910). Como era de menor idade, foi nomeado Regente Chao Phya Suriyawonse. Quando, 5 anos depois, ele tomou as rédeas do poder (1873), propôs-se modernizar o país.
A administração estabelecida pelo rei Boromtrailokanat (1448-1488), tornara-se confusa com o andar do tempo. O Samuhakalahom governava o sul do país, o Samubanayok, o norte; o Praklang administrava o tesouro, as finanças, os negócios e o comércio estrangeiros, e governava as cidades nas costas do mar. Para reformar a administração, o rei nomeou, em 8 de Março de 1874, o Conselho de Estado, composto de 12 membros, que eram os conselheiros do rei; em 15 de Agosto do mesmo ano, nomeou o Conselho Privado (Privy Coucil), composto de 49 membros, incluindo 13 príncipes e 36 oficiais superiores.
Mas nem o Conselho de Estado nem o Conselho Privado deram boa conta de si . Isto levou fricções entre o rei e o ex-regenre que o Visconde de S.Januário tentou solucionar com a sua londa experiência política no governo da Índia e de Macau.”
em 1976
em 1986

Foi o primeiro governador português de Macau pós-25 de Abril… e um dos muitos factos polémicos desse período foi sem dúvida a publicação pelo New York Times em 1975 de que Garcia Leandro negociou, em nome do movimento das forças armadas, a devolução de Macau à China.

Lisbon and Peking at Odds on Macao
By David Binder Special to The New York Times
April 1, 1975, Tuesday
Page 1, 595 words
WASHINGTON, March 31 Portugal’s ruling Armed Forces Movement tried to give Macao back to China, knowledgeable Western diplomats said today, but Peking said it did not wish to alter the status of the territory.

Portugal sempre negou mas até pode ser que haja revelações… é que o antigo governoador vai escrever um livro sobre a história de Macau entre finais de 1974 e 1979 “com muitos factos não conhecidos”. (…) “Não são as minhas memórias, são factos fundamentados em documentos que dão conta de muitas coisas que são ainda desconhecidas. Será uma história de Macau nesse período de grande agitação política em Portugal com muitos factos não conhecidos.”

O livro não tem ainda definida data de publicação, que poderá acontecer em 2010, mas Garcia Leandro afirma que “deixar colocadas no sítio, em perspectiva, as coisas de Macau naquele período de grande confusão nacional, é uma obrigação de cidadania, uma obrigação histórica, perante Portugal, perante a China”.

Artigos sobre a visita do vice-presidente da China a Macau em 1947: a secular amizade luso-chinesa em reção ao território saía reforçada
hidroaviões da MATCO – Macao Air Transport Company – transportando ouro
A5 de Agosto de 1946, Macau vivia momentos difíceis quando o comandante do “Afonso de Albuquerque”, Samuel Conceição Vieira assumiu as funções de encarregado do Governo, por um período de 13 meses, em substituição de Gabriel Maurício Teixeira, afastado de Macau, a pedido das autoridades chinesas, que o acusavam de ter colaborado com os japoneses durante a guerra do Pacífico.
Num período particularmente delicado para a presença portuguesa no território, Samuel Vieira interrompia a sua Comissão de serviço na Marinha por cerca de um ano para assumir a governação limitada por interesses económicos locais à luz da legalização do comércio do ouro, e por interesses políticos chineses envolvidos na assinatura do Acordo de Extra-territorialidade de Portugal na China.

NM de 1947 noticia visita do vice-presidente da RPChina a Macau

Apesar do seu desempenho ter sido positivamente marcado pela visita a Macau de Sun Fo, vice-presidente da República da China, Samuel Conceição Vieira não passou de uma figura de transição entre um governador que foi obrigado a sair do território, Gabriel Maurício Teixeira, e o seguinte (que demoraria mais de um ano a chegar), o Comandante Albano Rodrigues de Oliveira. A sua figura foi, no entanto, representativa num dos episódios de conflitualidade latente entre portugueses e chineses, deparando-se àqueles a ameaça da restituição de Macau à China.
Um dos pontos em que os portugueses tinham vindo a ser alvo de críticas e ataques constantes não só por parte dos chineses como também por parte de autoridades estrangeiras era o livre comércio do ópio em Macau.
O governo português suprimiu esse comércio logo após a guerra, a fim de prevenir campanhas que pudessem pôr em causa os seus direitos de soberania em Macau. E, quando em Abril de 1947, o ministro da China em Lisboa solicitou, ao ministro português dos Negócios Estrangeiros, a supressão da venda do ópio em Macau, as autoridades portuguesas anunciaram-lhe que já desde Novembro de 1946 havia sido proibida a importação da droga.
Por essa altura já Samuel Conceição Vieira havia ordenado o encerramento de todos os fumatórios de ópio até 30 de Junho de 1947, justificando embora o prazo dilatado de oito meses como necessário para a desintoxicação de todos os viciados no ópio.
A situação financeira de Macau não sofreu grande abalo com o revés no comércio do ópio. O pequeno território beneficiava já então de um outro tipo de negócio proveitoso que era a comercialização do ouro proveniente da China. Em consequência das rigorosas restrições estabelecidas pelo governo de Hong Kong, e das proibições vigentes na China relativas à importação e ao comércio do ouro, Macau permitia a livre entrada de grandes quantidades do metal precioso sob diversas formas, não descritas e muito menos identificadas na sua origem. A especulação era grande, e havia muito a quem interessasse o monopólio deste comércio.

Não tardou que o encarregado do Governo tivesse que decretar em Boletim Oficial, a regulamentação do comércio do ouro, mediante licença passada pela Repartição Central dos Serviços Económicos de Macau
A Portaria nº4:176 determinava que a importação de ouro em barras, lingotes, lâminas ou outra forma, incluindo as moedas estrangeiras, só podia ser feita mediante licença passada pela Repartição Central dos Serviços Económicos, e que todos os portadores de licenças anteriormente concedidas para a importação e trânsito de ouro por Macau antes desta legalização, teriam que fazer entrega das mesmas naquela Repartição.
O negócio do ouro tornou-se a partir de então a principal fonte de receita do governo de Macau, e não admira, portanto, que Samuel Conceição Vieira, no seu discurso de comemoração do 21º aniversário do 28 de Maio – implantação do Estado Novo -, insistisse em acentuar a situação económica excepcional em que se encontrava o território no final do ano de 1947: “Não me cabe a mim, como Encarregado do Governo, traçar programas e fazer promessas. No entanto, dir-lhes-ei que a Colónia, no próximo ano, devido, especialmente, à acção inteligente e bem orientada dos Serviços de Fazenda e dos Serviços Económicos poderá encarar a sério o problema do porto e do aeroporto, assim como o da reparação dos pavimentos das ruas, estradas e edifícios públicos.”
Até à legalização do comércio do ouro, as transacções do precioso metal, embora livres e arbitrárias, eram predominantemente controladas por Herman Machado Monteiro, que mais tarde cederia a sua concessão aos Serviços Económicos. Como contrapartida, recebeu uma pensão anual de Pedro José Lobo, fundou o “Notícias de Macau”, também ele financiado por Lobo, que acumulava as funções de director dos Serviços Económicos e de responsável pela Companhia de Aviação criada para o transporte do ouro para diversos e desconhecidos destinos.

Samuel Vieira e Gov. Albano de Oliveira com a viúva de Sun Iat Sen no NM em 1947


It tastes the same everywhere in the world, well, almost. It represents the capitalist American culture of multinational corporations and, nevertheless, it was allowed to establish itself in Macau much in the same year Mao declared the People’s Republic of China.
Whether Mao himself knew of the business venture founded by an American and a Portuguese gentlemen in 1949, over half a century ago, is yet unknown. But they both left Macau a few years later allowing for the creation, in 1951, of the Macau Coca Cola Beverage Company, which to this day is 100 percent controlled by a local business family.
A Coca-Cola chegou a Macau praticamente ao mesmo tempo que Mao Tse Tung chegou ao poder, em 1949.

Até 1999… eis uma lista (incompleta) de alguns filmes e séries de tv cujas rodagens (em parte) decorreram em Macau:
Macao, l’enfer du jeu, 1942

Macao, 1952

Forbiden / Amor Proibido, 1953
Caminhos Longos, 1955 (filme português cujas natrizes já se perderam)

Love is a manyt splenderous thing/A colina da saudade, 1955

A ferry to hong kong/Passagem para hong kong, 1959

A night in hong kong, 1961

Out of the tiger’s mouth, 1962

Operação estupefacientes, 1966 – português

Via macau, 1966

Os corruptos, 1967

The man with the golden gun 007, 1974
Cleopatara Jones e o casino de ouro, 1975

Spearhead, the macau connection, 1981
A ilha dos amores, 1982 – port.
A ilha de moraes, 1984 – port.

Indiana jones e o templo perdido, 1984

Shangri-la, 1985

Shangai Surprise, 1986

Zegen, 1987
Macao, die ruckseite des meeres, 1988

O regresso, 1988 – port.

Amor e dedinhos de pé, 1991

Dragão, a vida de bruce lee, 1993

Anjos da guarda, 1994
Exílio dourado em macau, 1995 – port.

A trança feiticeira, 1996

O homem da bicicleta, 1997 – port.

O dragão de fumo, 1999 – série tv port.

História de macau, 1999 – série tv chin.

As duas faces de cláudia, 1999 – série tv port.

Macau entre dois mundos, 1999 – série tv port.

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